No cenário político tumultuado do Brasil, a Avenida Paulista será palco de um comício no próximo dia 25 de fevereiro. O pastor Silas Malafaia, conhecido por suas opiniões polêmicas, foi escolhido para fazer o discurso de abertura da manifestação em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se encontra no centro de uma operação da Polícia Federal.
Após críticas contundentes a pastores evangélicos que não se solidarizaram com Bolsonaro, Malafaia assume um papel de destaque ao abrir o comício na Paulista. O desafio, no entanto, está em conquistar o apoio dos governadores, que se mostram reticentes em relação à agenda do ex-presidente.
Nesse cenário de incertezas, poucos se arriscam a falar abertamente na semana que vem, com exceção do destemido pastor Silas Malafaia, que não mediu palavras ao chamar seus colegas religiosos de “um bando de covardes e cagões históricos.”
Bolsonaro, em meio a tentativas de evitar prisão, sinaliza uma estratégia ofensiva contra instituições como STF, TSE, Congresso, governadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O tabuleiro político se torna ainda mais dramático.
Enquanto o prefeito de SP Ricardo Nunes (MDB) e o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) mantêm silêncio diante da operação da PF, os bolsonaristas planejam “empurrá-los” para o evento na Paulista.
A estratégia é clara: fazer barulho e convocar a presença de Tarcísio e Nunes no carro de som onde Bolsonaro discursará. A pressão está no ar.
Em meio às especulações, o ex-presidente Bolsonaro utiliza a manifestação para avaliar quem estará ao seu lado nos momentos difíceis e nos de glória. Uma das figuras em destaque é o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), que Bolsonaro espera ver ao seu lado no palanque da Paulista.
A atmosfera política se torna ainda mais densa quando Bolsonaro, por meio de uma postagem sugestiva, questiona se Ratinho Junior será um “traíra”. O termo, utilizado para identificar traidores, ganha relevância nesse contexto, associando-se à deslealdade e à espera por oportunidades.
O evento na Avenida Paulista promete ser um divisor de águas no cenário político brasileiro. A escolha de Malafaia como orador inicial, os desafios de Bolsonaro em angariar apoio dos governadores, e a incerteza sobre a presença de figuras como Ratinho Junior criam uma atmosfera carregada de expectativas e tensões.