Ex-presidente brasileiro não apresenta convite oficial e segue com restrições judiciais que impedem viagens internacionais.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos e participar da posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para 20 de janeiro. Bolsonaro havia solicitado a liberação de seu passaporte, retido por decisão judicial, mas não apresentou um convite oficial que comprovasse a necessidade de sua presença no evento.
Na decisão, Moraes destacou que a retenção do passaporte do ex-presidente está vinculada às investigações em curso sobre sua suposta participação em atos antidemocráticos e na incitação ao ataque às sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023. Segundo o ministro, as razões que fundamentaram a medida cautelar permanecem válidas, e o pedido não apresentou argumentos suficientes para justificar a viagem.
Além disso, Moraes reforçou que, sem um convite oficial, não há elementos que indiquem que a presença de Bolsonaro seria indispensável para o evento. O ex-presidente segue sob investigação em vários inquéritos conduzidos pelo STF e pela Polícia Federal, incluindo apurações relacionadas à disseminação de desinformação e ao uso de seu cargo para interferir em instituições democráticas.
A negativa frustra os planos de Bolsonaro, que tem buscado reforçar seus laços políticos com lideranças conservadoras internacionais, especialmente com Trump, de quem é aliado de longa data. A posse de Trump, que retorna ao poder após vencer as eleições norte-americanas, é vista como um importante evento para a consolidação de alianças na direita global.
A defesa de Bolsonaro ainda não comentou a decisão, mas fontes próximas ao ex-presidente indicam que ele considera buscar alternativas jurídicas para flexibilizar as medidas que restringem sua mobilidade internacional. Enquanto isso, aliados políticos de Bolsonaro interpretam a decisão como mais uma ação que, segundo eles, reforça a “perseguição” ao ex-presidente.
A posse de Donald Trump acontece em um contexto de forte polarização nos Estados Unidos, e sua relação com Bolsonaro tem sido um tema de atenção no cenário político internacional.
