Ex-presidente critica acusações de golpismo e afirma que liberdade irá prevalecer, em meio a denúncia de tentativa de golpe apresentada pela PGR
Em uma publicação nas redes sociais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu às acusações de tentativa de golpe no Brasil, afirmando que o “truque” de acusar líderes da oposição de conspiração para desestabilizar o governo é uma tática comum de regimes autoritários. Ele afirmou que o mundo observa atentamente o Brasil e comparou a situação do país com a de nações como Venezuela, Nicarágua, Cuba e Bolívia.
Bolsonaro alegou que, assim como ocorre em outros países autoritários, o Brasil estaria vivendo uma perseguição política disfarçada de defesa da democracia. “Todo regime autoritário, em sua ânsia pelo poder, precisa fabricar inimigos internos para justificar perseguições, censuras e prisões arbitrárias”, afirmou o ex-presidente, ao citar as táticas utilizadas pelos governantes de outros países latino-americanos. Segundo ele, a cartilha desses regimes é bem conhecida: “fabricam acusações vagas, se dizem preocupados com a democracia ou com a soberania, e perseguem opositores, silenciam vozes dissidentes e concentram poder”.
A declaração do ex-presidente ocorre no momento em que ele enfrenta acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR). Na terça-feira (18), a PGR apresentou uma denúncia baseada em um relatório de 884 páginas da Polícia Federal, que aponta Bolsonaro como líder de uma suposta trama golpista para manter-se no poder após a derrota nas urnas de 2022. O documento de 272 páginas foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e inclui aliados do ex-presidente na investigação.
Apesar da gravidade das acusações, Bolsonaro encerrou sua publicação afirmando que “a liberdade irá triunfar mais uma vez”, deixando claro que não reconhece as alegações contra si. A denúncia da PGR e o andamento do processo devem seguir gerando repercussão no cenário político brasileiro, enquanto o ex-presidente continua a se posicionar contra o que considera uma “perseguição política”.
O presidente Lula, ao ser questionado sobre a denúncia durante um evento no Itamaraty, preferiu não comentar no momento, indicando que se pronunciaria posteriormente.
