Deputado federal alega perseguição política e busca apoio internacional contra decisões do STF

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que se licenciou temporariamente de seu mandato na Câmara dos Deputados e permanecerá nos Estados Unidos. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Eduardo afirmou que a decisão foi motivada pela necessidade de se dedicar integralmente a denunciar, no exterior, supostas violações de direitos humanos no Brasil e buscar apoio internacional contra decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacou que sua permanência nos EUA visa articular sanções contra autoridades brasileiras que, segundo ele, estariam violando liberdades individuais. Ele mencionou que sua atuação internacional é crucial para “resgatar liberdades perdidas” no país.
Com a licença de Eduardo, sua vaga na Câmara dos Deputados será ocupada temporariamente pelo segundo suplente do PL em São Paulo, Missionário José Olímpio. Aos 68 anos, Olímpio já exerceu dois mandatos como deputado federal entre 2011 e 2019 e cinco mandatos como vereador em São Paulo e Itu. Ligado à Igreja Mundial do Poder de Deus, liderada por Valdemiro Santiago, ele é conhecido por defender valores cristãos e familiares, além de apoiar pautas da extrema-direita.
Já o pastor Silas Malafaia, líder influente entre os evangélicos e aliado da família Bolsonaro, expressou discordância em relação à permanência de Eduardo nos EUA. Malafaia afirmou que o deputado “tinha que voltar” ao Brasil, mas reconheceu que “cada um decide o que acha melhor”.
A licença de Eduardo Bolsonaro ocorre em um momento delicado da política brasileira, com debates acalorados sobre a atuação do Judiciário e possíveis excessos cometidos por autoridades. Sua permanência nos EUA e as ações que pretende desenvolver no exterior podem intensificar as discussões sobre a relação entre os poderes e o estado da democracia no Brasil.